Magda
She"s A Dancing Machine Minus, distri. Flur 8/10
Numa visão conservadora da realidade musical dos nossos dias, "She"s A Dancing Machine" é uma compilação. Afinal, reúne uma longa série de temas de diversos activistas da música electrónica de dança. Mas a difusa existência musical dos nossos dias não se compadece com visões formatadas. Na verdade, estamos perante um magnífico álbum de autor, que desenvolve um conceito por cartografar onde se conjugam os campos da arte, da performance DJ e da produção técnica de música electrónica.
É um trabalho influenciado pela exploração dos limites da tecnologia ao serviço do DJ, tarefa encetada nos últimos anos por Richie Hawtin (ou Plastikman) nos dois álbuns da série "DE9". O canadiano é alguém que tenta ao máximo questionar e exprimir novas possibilidades para a função de DJ, manipulando novas ferramentas electrónicas - adicionadas aos habituais gira-discos e mesa de mistura - de maneira a criar uma visão alternativa à ideia convencional de selecção musical. Fá-lo, aliando reduzidos elementos dos temas, recortando-os e articulando-os cirurgicamente para formarem novos corpos sonoros.
Mas enquanto Richie Hawtin cria temas novos a partir de reduzidos elementos de outras faixas, Magda apresenta a música como numa sessão DJ. Os temas respiram mais, isolados, embora a micro-edição de fragmentos sonoros, as repetições e os efeitos sonoros estejam também presentes numa fantástica revisão de material avulso pertencente a vários músicos, deixadas fluir num contínuo incessante. No total, 70 faixas em 78 minutos, sem momentos de pausa, ditados pela cadência de uma sonoridade tecno abrasiva, subtil, sem concessões a fórmulas fáceis.
Nascida na Polónia, Magda viveu em Detroit, antes de se fixar em Berlim, onde reside. Em conjunto com Marc Houle e Troy Pierce (Louderbach) forma os Run Stop Restore, trio essencial para se entender a identidade da editora Minus, de Richie Hawtin. Não espanta por isso que 24 das 70 faixas aqui contidas pertençam ao quarteto Hawtin, Houle, Pierce e à própria Magda, embora também estejam presentes parcelas de temas, dificilmente reconhecíveis, de Ricardo Villalobos, Metro Area, Larry Heard, Koze, Disco D ou Donnacha Costello. A música deriva, sempre expressiva, num verdadeiro estudo sobre tecno contemporâneo, com ocasionais intervenções vocais operando sobre texturas organizadas em camadas de som. Ao longo do trajecto as cadências rítmicas mudam imperceptivelmente e minúsculos sons vão sendo adicionados, jogando com as expectativas do auditor, num exercício de aglomeração de tensão que raramente se traduz em mera manifestação de exaltação física. O tecno minimalista nunca foi tão hipnótico, num jogo de aliciação sem esforço, em que o prazer está no desvio e na sinuosidade inesperada. Vítor Belancian
in "Publico"
Marc Houle
Através do projecto Raid Over Moscow e La Folie, Marc Houle apresenta a sua vertente new wave, e com 2VM, de que faz parte a americana Estela Vasicka, percorre os caminhos do electro. Conta ainda no seu currículo com remisturas para Slam, Troy Pierce e Ellen Allien & Apparat
No final de 2004, pelas mãos da M_nus, Marc Houle dá a conhecer “Restore”, o seu 1º e muito aclamado álbum, apresentado com grande sucesso em numerosos clubes e festivais, como na edição de 2005 do Festival Sonar (Barcelona) com uma das mais efusivas prestações deste evento. Podemo-lo comprovar aquando da sua fabulosa actuação ao lado de Troy Pierce em Fevereiro deste ano, no Op Art, naquele que foi por muitos considerado o melhor concerto do ano neste espaço.
Agora, regressa a Portugal para apresentar o seu novo álbum “Bay of Figs”, registo de estruturas sónicas elegantes, entre o electro pop e o techno minimal, equação definida pelo mesmo como Detroit + new wave + Kraftwerk + Commodore / Iron Maiden.
Qualquer que seja a equação, certo é que teremos mais uma vibrante actuação deste genial produtor canadiano.
23 de Novembro
Marc Houle (live! M_Nus) plus Expander , Lux
Lisboa
25 de Novembro
Marc Houle (live! M_Nus) plus Expander & Manu , Industria
Porto